Você provavelmente sabe que a prática de atividade física regular é uma das principais aliadas para a manutenção da saúde cardíaca. É justamente para manter o coração funcionando em perfeito estado que tanta gente sua a camisa toda semana. Mas quem já passou por um infarto costuma ficar meio inseguro, com medo de que o esforço físico possa piorar ainda mais o quadro. Um grave engano! A atividade física voltada para a reabilitação cardíaca é tão importante quanto a prevenção. A única diferença é que exige alguns cuidados especiais e um bom acompanhamento.
Para entender melhor a situação, é importante esclarecer alguns detalhes sobre esse quadro tão delicado. O infarto é uma necrose do músculo cardíaco causada pela falta de oxigenação, por isso a obstrução dos vasos é tão perigosa. A atividade física bem executada favorece a otimização da circulação sanguínea na região, melhorando a funcionalidade cardíaca.
O mais importante é entender que após o infarto esse quadro não muda. Na verdade, é ainda mais importante apostar nessa otimização uma vez que uma área do coração já está comprometida.
Porém, isso não significa que é hora de colocar o tênis e sair por aí. Apesar de benéfica, quem já passou por um procedimento cardíaco precisa de muita atenção. O ponto principal é que essa atividade deve ser feita com um profissional especializado que entenda exatamente os processos e as fases do tratamento:
Fase 1 (imediatamente após o infarto)
Acontece logo após o infarto e é realizada ainda dentro do hospital em ambiente de terapia intensiva. Os exercícios são ministrados por fisioterapeutas e tem como foco trabalhar o sistema cardiorrespiratório.
Fase 2 (primeiros 3 meses após o infarto)
Quando o paciente tem alta hospitalar, é o momento de iniciar a fase 2. Nesse contexto serão inseridos exercícios físicos como um treinamento aeróbio e treinamento de resistência localizada, com ênfase em grandes grupamentos musculares. Apesar da alta, essa etapa ainda é realizada dentro de um ambiente hospitalar e costuma ser ministrada por profissionais de educação física especialistas e/ou fisioterapeutas.
Fase 3
A fase 3 é marcada pelo fim do acompanhamento em ambiente hospitalar, liberando o paciente a fazer atividades em outros lugares. Porém, é importantíssimo ter em mãos um teste cardiopulmonar que irá determinar a faixa de frequência cardíaca ideal para esse aluno. Mesmo fora do ambiente hospitalar, fundamental que o aluno busque um acompanhamento especializado em reabilitação cardíaca.
Fase 4
Com a estabilização do quadro, as restrições acabam diminuindo com o tempo durante a fase 4, permitindo ao aluno a recuperação plena da autonomia. Mesmo que já não sinta mais os sintomas, o ideal é continuar a rotina de atividades com um profissional experiente e que conheça o seu histórico cardíaco.
Depoimento Victor | Reabilitação Cardíaca
O Victor é um daqueles alunos que mexem com o nosso coração. Mas nós não vemos problema, até porque, também mexemos com o dele! Quer saber mais sobre esse complexo caso de reabilitação cardíaca? Dá uma olhada no nosso novo vídeo: Obrigado, Victor Cavalheri Sconza e Iza Sconza, por confiarem no nosso trabalho.
Posted by Atitude CRAFT on Tuesday, July 30, 2019
Por que incluir a atividade física na reabilitação cardíaca?
São várias as vantagens de manter uma rotina de exercícios:
– Melhora da contratilidade cardíaca: Após o infarto, a área necrosada do músculo cardíaco não funciona mais. A melhora da contratilidade cardíaca é fundamental para garantir a função do coração, uma vez que aquela parte não está mais disponível.
– Aumento da quantidade de vascularização: Tanto antes quanto depois do infarto, os exercícios físicos auxiliam no desenvolvimento do sistema circulatório, ampliando as ramificações das artérias (angiogênese) e garantindo o aporte de sangue necessário. Caso um vaso fique obstruído, a tendência é que as outras vias criadas diminuam a área de necrose, tornando o caso menos nocivo. Um dado interessante é que esse aumento da vascularização também acontece com a idade. É justamente por isso que infartos em pessoas mais novas, quando não tem esse aumento da vascularização nem pela idade nem pela atividade física, costumam ser bem mais graves.
– Recuperação da autonomia: Com o fortalecimento físico, a tendência é que o cardiopata consiga realizar suas atividades diárias com redução ou até mesmo sem sentir os sintomas. Além da saúde física, isto é uma importante ajuda psicológica durante a recuperação.
– Melhora do perfil lipídico: A atividade auxilia na redução do colesterol ruim (LDL) e aumenta o colesterol bom (HDL), diminuindo a incidência de novas obstruções de artérias.
–Melhora da hipertensão: Pessoas que sofrem com hipertensão arterial encontram na atividade física uma maneira de reduzir a pressão arterial e a frequência cardíaca, o que faz com que o coração fique menos sobrecarregado.
Antigamente, o infarto era sinônimo de repouso e distanciamento das atividades físicas. Hoje, esse conceito já não existe mais e atividade física é parte muito importante na reabilitação cardíaca. Quer desenvolver um treino com o máximo de segurança e foco total na recuperação? Então venha conhecer o nosso trabalho e já agende e a sua análise biomecânica. Não esqueça de trazer seus exames!
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