Quem carregou a mochila escolar de uma criança nos últimos anos sabe que ela está a cada ano mais pesada. Tem tanta coisa lá dentro, desde livros e cadernos grossos, materiais de Artes, roupas de Educação Física, até o lanche. Se nós, adultos, já achamos pesado, imagine os jovens estudantes. Para se ter uma ideia, uma criança na faixa dos dez anos pesa em torno de 40 quilos. Já uma mochila de alças cheia pesa em torno dos 20 quilos. Isso corresponde a uma carga absurdamente elevada de 50% do peso corporal da criança. Os maiores prejudicados os alunos, que podem sofrer com lesões na coluna e articulações, como os ombros, que ficam sobrecarregadas.
Os perigos da mochila pesada à saúde infantil
Às vezes, a criança ainda não sente dores, mas basta você pedir para ela encostar as mãos nos pés, sem flexionar os joelhos, para perceber que o encurtamento muscular (muitas vezes, causado pela sobrecarga) já é uma realidade. É no período da puberdade que os males na coluna geralmente aparecem, podendo se estender a todas as articulações, como o quadril, os joelhos e até os tornozelos.
Outro perigo acontece dentro da sala de aula. Na maioria das escolas, as carteiras e cadeiras não são personalizadas de acordo com o biotipo de cada criança. Por isso, ficar muito tempo sentado assistindo aula costuma ser bem desconfortável. E ainda tem aluno que cruza as pernas, senta em cima de uma delas ou não aproxima a cadeira da carteira suficientemente para manter a postura correta.
A postura ideal em sala de aula seria costas alinhadas e bem apoiadas no encosto e um apoio no chão, embaixo da carteira, para evitar lesões nas solas dos pés. Quando esses cuidados são ignorados, estamos expondo o estudante a riscos desnecessários, que podem prejudicar sua autonomia corporal com o passar dos anos.
Como prevenir e minimizar problemas
Invista em uma mochila de rodinhas, ao invés da de alças. Ela é mais segura e indicada pelos especialistas. Mas, atenção: o puxador deve estar regulado de acordo com a altura da criança, para não causar desvios na coluna, como a escoliose ou tensão no ombro desnecessária.
É importante também orientá-la a não puxar a mochila sempre de um lado só, o que pode causar desequilíbrio da musculatura e das articulações. Algumas dessas mochilas vêm até com rotação 360º, que permite que a criança a conduza ao lado do corpo. Elas são ainda melhores, pois dispensam a rotação feita pela cintura e a hiperextensão do ombro ao colocar o braço para trás para segurar o puxador. Essa rotação é curta, mas, com o passar do tempo, pode causar desnivelamento e lesões na coluna e, consequentemente, nos ombros e na cintura.
Se não for possível comprar uma, a dica é carregar a mochila convencional sempre com as duas alças vestidas, alternando entre as costas e frente do corpo, e nunca somente em um dos ombros.
Quanto antes tratar, melhor
Criança não para, vive correndo, pulando, brincando no chão, sem contar os videogames e celulares. Por conta disso, os pais precisam estar atentos a qualquer reclamação de incômodo articular ou até mesmo realizar um teste simples de escoliose: tirar a camisa do filho e pedir para ele flexionar o tronco para frente. Com a ponta dos dedos, siga a espinha vertebral e observe o alinhamento. Se ela estiver um pouco irregular, pode ser que haja algum problema.
Boas alternativas de atividades físicas na infância são aquelas associadas a brincadeiras, como o esconde-esconde, o pega-pega e a prática do futebol. No entanto, não é possível controlar a intensidade, e é aí que está o perigo. Portanto, para as crianças crescerem com as articulações sadias, é importantíssimo ter um acompanhamento profissional, orientando exercícios que promovam o equilíbrio muscular e evitando lesões precoces. Dessa forma, não afetam as estruturas de crescimento nem causam danos, podendo até otimizar o desenvolvimento físico da criança.
Se ela já reclama de dores nas costas ou nas articulações ao voltar da escola, procure um especialista em Biomecânica. Ele apontará os problemas e dará liberdade de movimentos para que a criança brinque e pratique esportes com segurança. Aqui na Atitude CRAFT, estudamos a melhor maneira de preservar a saúde física do seu filho.
Não existe idade mínima para dar início ao tratamento. Isso depende muito do caso e da lesão, que pode ser congênita ou progressiva. Quanto antes, melhor e mais rápido será o processo de fortalecimento muscular e reabilitação física.
Fique de olho na criançada nessa volta às aulas. Se perceber qualquer problema ou queixa, fale conosco e agende uma análise biomecânica.
Comente